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Agricultura

Concórdia registra safra histórica de milho, mas estiagem afeta soja e culturas de inverno


Secretário da Agricultura destaca produtividade, enquanto o milho safrinha e a soja enfrentam perdas

Por Rafael Martini
08/05/2025 às 09h46 | Atualizada em 09/05/2025 - 09h07
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A safra de milho 2024 em Concórdia já pode ser considerada a melhor dos últimos anos. Com 85% da área colhida até o momento, a produtividade média atingiu 10.800 kg por hectare, número que representa um salto significativo em relação à safra anterior, quando foram colhidos 6.000 kg/ha.

“O milho safra deste ano foi recorde, a melhor produtividade que tivemos em muito tempo. Estamos falando de uma média de 160 a 170 sacos por hectare, o que representa uma produção histórica para o município”, destacou o Secretário Municipal da Agricultura, Vinicius Cavalli Pozzo, em entrevista à reportagem da Rádio Rural.

Por outro lado, o milho safrinha enfrentou dificuldades causadas pela estiagem. Pozzo explicou que, apesar da quebra de cerca de 25% a 30% na produtividade, a maioria dos produtores já cultiva o milho safrinha com foco na produção de silagem, o que ameniza os prejuízos.

“A grande maioria do milho safrinha foi destinada à silagem, justamente por conta da estiagem. Mas os produtores já sabem que essa época é mais complicada para colher grão, então plantam com esse objetivo. Para quem precisa de alimento volumoso para o gado, continua sendo uma boa alternativa”, explicou.

A soja, por sua vez, sofreu perdas mais expressivas. Em 2023, a produtividade média foi de 3.600 kg/ha, ou 60 sacos por hectare. Já na safra atual, as estimativas indicam queda de cerca de 20%, com média de 3.000 kg/ha (cerca de 50 sacos/ha). “Ainda não temos os dados finais, mas com 80% a 90% da colheita realizada, já sabemos que a estiagem no início do ano causou impacto significativo”, avaliou o secretário.

Pozzo também comentou sobre o atraso no plantio das culturas de inverno, como aveia, azevém e trigo. “Estamos monitorando a situação climática. A falta de chuva atrasou o plantio, mas acreditamos que nos próximos dias o tempo melhore e as atividades avancem”, disse.

Ele ainda fez um alerta aos produtores sobre o plantio do trigo: “É fundamental observar o zoneamento agroclimático, seja com orientação da EPAGRI, de técnicos ou empresas especializadas. Isso garante que o cultivo ocorra no período certo para cada cultivar”, reforçou.

Apesar dos desafios climáticos, o secretário afirmou que, até o momento, não há necessidade de decretar situação de emergência. “Estamos acompanhando tudo de perto. A estiagem tem impactos, mas ainda conseguimos manter a situação sob controle sem decretar emergência”, concluiu.




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