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Agropecuária

Gripe Aviária: Região mantém vigilância ativa com apoio da Embrapa, CIDASC e MAPA


Pesquisador da Embrapa destaca a importância da biossegurança nas granjas.

Por Rafael Martini
27/05/2025 às 08h50
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Com os recentes casos de gripe aviárias registradas em algumas regiões do país e a constante circulação de aves migratórias, a atenção em torno da influenza aviária volta a ser redobrada. Em Santa Catarina, a atuação conjunta entre órgãos estaduais e federais, como a CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC), o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e a Embrapa Suínos e Aves, garante um sistema de controle e vigilância rigoroso nas granjas e no ambiente silvestre.

Em entrevista à Rádio Rural, o pesquisador Luizinho Caron, da Embrapa Suínos e Aves, detalhou como funciona esse trabalho integrado. Segundo ele, o monitoramento na região é realizado pela CIDASC, com base no Plano de Contingência da Influenza Aviária e Doença de Newcastle.


“Esse plano estabelece todas as medidas que devem ser tomadas em caso de foco da doença. Nos últimos anos, a CIDASC passou a exigir que cada granja tenha seu próprio plano de contingência, para que qualquer ação seja imediata caso haja detecção da doença”, explicou Caron.

A Embrapa atua de forma estratégica no combate à gripe aviária, com foco em pesquisa e inovação.
“Nosso papel é desenvolver pesquisas que aprimorem o diagnóstico da doença, tornando-o mais rápido. Também atuamos em áreas como a depopulação de granjas afetadas. Um dos trabalhos importantes foi a validação dos testes de diagnóstico, em parceria com o MAPA, tornando o laboratório do Ministério referência na América Latina para essas doenças”, destaca o pesquisador.

A vigilância se estende também às aves silvestres, principalmente em áreas próximas a lagoas que servem de pousio para aves migratórias, como a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim.
“O Ministério faz o monitoramento em aves de subsistência nessas regiões e, nas granjas, há protocolos para coleta de amostras quando ocorre mortalidade acima de 10% em 72 horas ou mais de 20% ao fim do lote”, afirma.

Apesar do risco de transmissão da gripe aviária para humanos ser considerado baixo, Caron alerta que o impacto econômico pode ser severo para o setor avícola.

“Desde 1996, quando a doença foi identificada na Ásia, foram menos de mil casos em humanos. No entanto, a transmissão ocorre apenas em contato direto com aves doentes e com muita falta de higiene. Por isso, os produtores precisam redobrar os cuidados.”

Entre os principais cuidados recomendados para os avicultores, Caron destaca:

“É essencial manter todas as estruturas de biosseguridade funcionando corretamente, como telas de proteção, higienização de calçados, evitar o contato externo com o ambiente das aves, além de cuidados com a água e a ração fornecidas.”

Atualmente, a Embrapa desenvolve novos projetos com foco em vacinas mais eficazes para a cepa H5N1 e estratégias de depopulação em caso de surtos.

“Estamos trabalhando em soluções para reduzir os impactos de um possível foco, com respostas rápidas e tecnológicas que ajudem os produtores e mantenham a segurança sanitária do país”, finaliza Luizinho Caron.

A atuação conjunta das instituições e o engajamento dos produtores seguem sendo fundamentais para preservar a sanidade do plantel e a credibilidade da avicultura catarinense, referência mundial em qualidade e exportação.




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