A obesidade é um sério problema de saúde pública, uma doença crônica, tanto que muitas medidas estão sendo adotadas, uma delas e bem visível no dia a dia é o alerta nas embalagens dos produtos, como “Alto em Gordura Saturada”, “Alto em Açúcar Adicionado”, “Alto em Sódio”, entre outras medidas.
A mais nova medicação da indústria farmacêutica são as canetas emagrecedoras, conhecidas comercialmente como, Ozempic e Mounjaro. Muitos outros medicamentos já surgiram anteriormente, porém, altos em efeitos colaterais. Através de influencers e celebridades, esses dois medicamentos vêm se destacando pelos bons resultados apresentados.
A empresa dinamarquesa Novo Nordisk, especialista em produtos para diabetes lançou o Ozempic, Wegovy, com princípio ativo da Semaglutida. O mais novo concorrente do Ozempic é o Mounjaro produzido pelo Laboratório Americano Eli Lilly, tendo como princípio ativo, a Tirzepatida, que proporcionaria, conforme pesquisas, um resultado mais significativo que o primeiro. Realizamos uma busca pela internet e descobrimos que nas grandes redes esses dois medicamentos possuem custos que giram em torno de R$ 1.200 a R$ 1.800,00.
Procura Local
Conversamos com o proprietário da Farmácia São Rafael, Ivan Carlos Vargas, e este nos informou que “a procura é bastante alta desses medicamentos, causando inclusive em alguns períodos falta do produto no mercado. A maior parte da procura é por pessoas que sofrem com a obesidade, na sua grande maioria, o público feminino”, destaca.
Numa pesquisa rápida nas farmácias locais, o custo médio do medicamento ficou entre R$ 1.000,00 e R$ 1.200 reais. Em 2024, a Novo Nordisk faturou mais de R$ 86 bilhões e muito se deve ao Ozempic, atrás apenas no medicamento anticâncer Keytruda, da MSD. Já a Eli Lilly, dobrou o lucro líquido com mais de R$ 100 bilhões.
Falsificação dos medicamentos
Salientamos a importância de conversar com seu médico de confiança e não buscar por conta própria esses medicamentos ou similares, principalmente pelas redes sociais. Conforme amplamente divulgado pela mídia estadual e nacional, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, deflagrou, na segunda-feira (26/05), a operação “Reação Adversa”. A ação, que aconteceu em Jaraguá do Sul, Barra Velha e Canoinhas, em Santa Catarina, e em Catalão, em Goiás, contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás, do Laboratório de Tecnologia em Lavagem de Dinheiro da DEIC e das Delegacias de Investigações Criminais de Canoinhas e de Campos Novos.
A operação procurou desarticular um grupo criminoso especializado em falsificar, adulterar e comercializar anabolizantes e medicamentos de alto valor. A investigação teve início após a denúncia de uma vítima que sofreu complicações graves após usar um medicamento para emagrecer falsificado (Ozempic). Além disso, os investigados comercializavam anabolizantes, remédios abortivos e outros medicamentos não legalizados pela Legislação brasileira.
Conforme publicação da Polícia Civil, o grupo criminoso obtinha medicamentos vencidos, removia as datas de validade reais e adulterava-as para datas ainda válidas. Uma gráfica participava na produção de caixas idênticas às originais dos medicamentos falsificados. A comercialização ocorria principalmente através de redes sociais, por preços abaixo dos valores praticados no mercado.
Procure ajuda médica
Conversamos com a Médica da Família e Nutrologia, Dra. Marcela Oliveira Campos (CRM/SC 19706) da Clínica Nova Vida, procurando compreender quais os benefícios desses medicamentos e porque são tão procurados.
Quais os benefícios do Ozempic e Mounjaro?
Dra. Marcela: Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) são medicamentos injetáveis usados no tratamento do diabetes tipo 2, mas têm sido amplamente utilizados para o manejo da obesidade. Eles pertencem à classe dos agonistas de receptores de GLP-1 (e no caso do Mounjaro, também GIP), hormônios que regulam o apetite, a saciedade e os níveis de glicose no sangue.
Ambos os medicamentos atuam no sistema nervoso central promovendo saciedade precoce, redução do apetite e retardo no esvaziamento gástrico, o que contribui para menor ingestão calórica. Além disso, melhoram o controle glicêmico e a resistência à insulina — aspectos importantes para pessoas com obesidade.
Estas medicações também atuam em redução de marcadores inflamatórios, pressão arterial e podem melhorar o perfil lipídico (colesterol). A semaglutida (ozempic) já tem evidência de redução de eventos cardiovasculares em pacientes com alto risco.
Quais os efeitos colaterais conhecidos desses medicamentos?
Dra. Marcela: Como qualquer medicamento, Ozempic e Mounjaro podem causar efeitos colaterais. Os mais comuns são náuseas, distensão abdominal e alterações intestinais (constipação ou diarreia). Na maioria dos casos, esses sintomas são leves e transitórios, e podem ser minimizados com ajuste da dose e acompanhamento médico.
Qual medicação é melhor: Ozempic ou Mounjaro?
Dra. Marcela: O Ozempic age apenas no receptor de GLP-1 enquanto o Mounjaro é um agonista duplo, agindo nos receptores de GLP-1 e GIP, o que potencializa os efeitos sobre o metabolismo e a perda de peso.Estudos comparativos recentes, como o SURMOUNT-2, mostraram que a tirzepatida pode levar a perdas de peso maiores do que a semaglutida em doses equivalentes.
As “canetas emagrecedoras” por si só, são realmente capazes de emagrecer o paciente?
Dra. Marcela: A obesidade é uma doença crônica e multifatorial. As medicações injetáveis representam um avanço importante, mas não substituem o cuidado contínuo com a saúde. São ferramentas complementares. O caminho sustentável para o emagrecimento se baseia em manter uma alimentação equilibrada e realizar atividade física frequente.
Esses medicamentos podem ajudar a reduzir o número de cirurgias bariátricas?
Dra. Marcela: Sim, há uma tendência crescente de que medicamentos como Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) reduzam a necessidade de cirurgias bariátricas em alguns perfis de pacientes. Essas medicações oferecem perdas de peso comparáveis às obtidas com procedimentos cirúrgicos em certos casos, especialmente com a tirzepatida. Estudos clínicos já demonstram:
•Redução de até 15% a 22% do peso corporal total com Mounjaro em doses elevadas;
•Reduções superiores a 10% com semaglutida (Ozempic/Wegovy).
Em pacientes com obesidade grau I ou II, sem comorbidades graves, o uso dos injetáveis pode evitar ou postergar a cirurgia. Em pacientes com medo, contraindicações ou recusa da bariátrica, essas medicações oferecem uma alternativa viável e menos invasiva. Em pacientes pré-bariátricos, também podem ser usadas para otimizar o risco cirúrgico, reduzindo o IMC antes do procedimento.
É importante ressaltar que nem todos os pacientes respondem da mesma forma. Há casos em que a cirurgia ainda é necessária e indicada, especialmente em obesidade grau III ou quando há falha terapêutica medicamentosa. O acompanhamento deve sempre ser individualizado, multidisciplinar e contínuo.
Experiência de quem já fez uso da medicação
Conversamos com uma fonte, que preferiu não se identificar e nesta será tratada apenas como L. F.
LF como você iniciou o uso dessa medicação?
Entrevistada: Iniciei o uso do Wegovy por indicação médica. Nos primeiros dias, experimentei alguns efeitos colaterais, como enjoo, mas com o tempo esses sintomas foram diminuindo. Diferentemente de outras medicações, com o Wegovy não senti dores de cabeça nem fraqueza. Além disso, o remédio reduziu significativamente minha fome, a vontade de comer e até mesmo o desejo por bebidas alcoólicas, o que contribuiu bastante para a perda de peso.
Qual o maior desafio durante o tratamento?
Entrevistada: No meu caso, o uso foi eficaz. No entanto, o maior desafio tem sido manter o peso alcançado sem o uso contínuo da medicação. Por se tratar de um medicamento caro, interrompi o uso temporariamente, mas pretendo retomar em breve para perder mais alguns quilos. Em um ano, utilizei duas canetas e eliminei, ao todo, 17 kg. Durante o período sem a medicação, mantive uma alimentação equilibrada e recorri ao uso de chás para auxiliar no controle do peso.
Sei de pessoas que não obtiveram os mesmos resultados com o Wegovy, possivelmente por utilizarem dosagens inadequadas. Por isso, reforço a importância do acompanhamento médico, para que a dose seja ajustada conforme as necessidades e características de cada organismo.
LF destaca que a primeira medicação que adquiriu foi o Ozempic, porém, como esse medicamento é destinado para o Diabetes, e na época estaca faltando pra quem sofria com o Diabetes. Dessa forma, a mesma empresa, Nova Nordisk produziu o Wegovy com a mesma fórmula mas com destino diferente. A entrevistada afirma que não gosta de salientar o resultado, sem valorizar o acompanhamento médico. “Pra mim deu certo, até certo ponto. Mas tem outros tratamentos, tratar o emocional, tem outras coisas para serem cuidadas. Mas, eu já tinha experimentado de tudo. Pra mim é a melhor das medicações que eu já encontrei e eu gosto. Não sei se serve pra todo mundo”.
Com acompanhamento psicológico, a entrevistada é muito consciente da importância de tratar todas as esferas da sua vida. “Mesmo sendo o jeito mais fácil de emagrecer, é muito difícil, só quem vive isso na pele sabe o quanto é difícil. Meu médico me ajudou a entender que meu organismo dificultava essa perda e manutenção do peso, não é eu que não tenho vontade. Já tinha feito tanta dieta, que facilmente ultrapassa os 100 quilos perdidos. Mas, o grande desafio pra mim, é a questão de manter o peso, que eu acho que é mais emocionaldo que corporal, sabe”.
A entrevistada relata a luta travada: “Eu faço uma dieta, perco 20, 30 quilos, mas ele volta sabe? Eu não tenho triglicerídeos altos, colesterol, porque a vida inteira eu me cuido. Porém, o meu peso sempre volta. Meu peso máximo foi 107 quilos. Ao longo da vida, já perdi muito mais que 100 quilos, hora perco 30, fico um tempo com esse peso. O mínimo que eu pesei foi 75, hoje estou com 89 quilos. Hoje ainda tenho uma jornada para perder, mas o mais difícil de tudo é manter. Por isso que eu gosto do remédio sabe, o Ozempic, se bem usado, ele tem uma função muito boa. Ele tira a ansiedade, tira essa fome, as vezes eu só tenho vontade de comer. Se eu estou feliz eu quero comer uma pizza, se eu estou triste eu acho que eu mereço uma pizza. Eu tenho uma origem gordinha eu não vou ser magra. Em setembro eu estava com 107 e hoje estou com 89 quilos. É um desafio muito difícil”.
O remédio por si só não irá fazer milagres e a longo prazo pode trazer perda de massa muscular e outros problemas de saúde. Por isso, salientamos mais uma vez, a importância da procura de uma equipe multidisciplinar para cuidar de sua saúde.
A mais nova medicação da indústria farmacêutica são as canetas emagrecedoras, conhecidas comercialmente como, Ozempic e Mounjaro. Muitos outros medicamentos já surgiram anteriormente, porém, altos em efeitos colaterais. Através de influencers e celebridades, esses dois medicamentos vêm se destacando pelos bons resultados apresentados.
A empresa dinamarquesa Novo Nordisk, especialista em produtos para diabetes lançou o Ozempic, Wegovy, com princípio ativo da Semaglutida. O mais novo concorrente do Ozempic é o Mounjaro produzido pelo Laboratório Americano Eli Lilly, tendo como princípio ativo, a Tirzepatida, que proporcionaria, conforme pesquisas, um resultado mais significativo que o primeiro. Realizamos uma busca pela internet e descobrimos que nas grandes redes esses dois medicamentos possuem custos que giram em torno de R$ 1.200 a R$ 1.800,00.
Procura Local
Conversamos com o proprietário da Farmácia São Rafael, Ivan Carlos Vargas, e este nos informou que “a procura é bastante alta desses medicamentos, causando inclusive em alguns períodos falta do produto no mercado. A maior parte da procura é por pessoas que sofrem com a obesidade, na sua grande maioria, o público feminino”, destaca.
Numa pesquisa rápida nas farmácias locais, o custo médio do medicamento ficou entre R$ 1.000,00 e R$ 1.200 reais. Em 2024, a Novo Nordisk faturou mais de R$ 86 bilhões e muito se deve ao Ozempic, atrás apenas no medicamento anticâncer Keytruda, da MSD. Já a Eli Lilly, dobrou o lucro líquido com mais de R$ 100 bilhões.
Falsificação dos medicamentos
Salientamos a importância de conversar com seu médico de confiança e não buscar por conta própria esses medicamentos ou similares, principalmente pelas redes sociais. Conforme amplamente divulgado pela mídia estadual e nacional, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, deflagrou, na segunda-feira (26/05), a operação “Reação Adversa”. A ação, que aconteceu em Jaraguá do Sul, Barra Velha e Canoinhas, em Santa Catarina, e em Catalão, em Goiás, contou com o apoio da Polícia Civil de Goiás, do Laboratório de Tecnologia em Lavagem de Dinheiro da DEIC e das Delegacias de Investigações Criminais de Canoinhas e de Campos Novos.
A operação procurou desarticular um grupo criminoso especializado em falsificar, adulterar e comercializar anabolizantes e medicamentos de alto valor. A investigação teve início após a denúncia de uma vítima que sofreu complicações graves após usar um medicamento para emagrecer falsificado (Ozempic). Além disso, os investigados comercializavam anabolizantes, remédios abortivos e outros medicamentos não legalizados pela Legislação brasileira.
Conforme publicação da Polícia Civil, o grupo criminoso obtinha medicamentos vencidos, removia as datas de validade reais e adulterava-as para datas ainda válidas. Uma gráfica participava na produção de caixas idênticas às originais dos medicamentos falsificados. A comercialização ocorria principalmente através de redes sociais, por preços abaixo dos valores praticados no mercado.
Procure ajuda médica
Conversamos com a Médica da Família e Nutrologia, Dra. Marcela Oliveira Campos (CRM/SC 19706) da Clínica Nova Vida, procurando compreender quais os benefícios desses medicamentos e porque são tão procurados.
Quais os benefícios do Ozempic e Mounjaro?
Dra. Marcela: Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) são medicamentos injetáveis usados no tratamento do diabetes tipo 2, mas têm sido amplamente utilizados para o manejo da obesidade. Eles pertencem à classe dos agonistas de receptores de GLP-1 (e no caso do Mounjaro, também GIP), hormônios que regulam o apetite, a saciedade e os níveis de glicose no sangue.
Ambos os medicamentos atuam no sistema nervoso central promovendo saciedade precoce, redução do apetite e retardo no esvaziamento gástrico, o que contribui para menor ingestão calórica. Além disso, melhoram o controle glicêmico e a resistência à insulina — aspectos importantes para pessoas com obesidade.
Estas medicações também atuam em redução de marcadores inflamatórios, pressão arterial e podem melhorar o perfil lipídico (colesterol). A semaglutida (ozempic) já tem evidência de redução de eventos cardiovasculares em pacientes com alto risco.
Quais os efeitos colaterais conhecidos desses medicamentos?
Dra. Marcela: Como qualquer medicamento, Ozempic e Mounjaro podem causar efeitos colaterais. Os mais comuns são náuseas, distensão abdominal e alterações intestinais (constipação ou diarreia). Na maioria dos casos, esses sintomas são leves e transitórios, e podem ser minimizados com ajuste da dose e acompanhamento médico.
Qual medicação é melhor: Ozempic ou Mounjaro?
Dra. Marcela: O Ozempic age apenas no receptor de GLP-1 enquanto o Mounjaro é um agonista duplo, agindo nos receptores de GLP-1 e GIP, o que potencializa os efeitos sobre o metabolismo e a perda de peso.Estudos comparativos recentes, como o SURMOUNT-2, mostraram que a tirzepatida pode levar a perdas de peso maiores do que a semaglutida em doses equivalentes.
As “canetas emagrecedoras” por si só, são realmente capazes de emagrecer o paciente?
Dra. Marcela: A obesidade é uma doença crônica e multifatorial. As medicações injetáveis representam um avanço importante, mas não substituem o cuidado contínuo com a saúde. São ferramentas complementares. O caminho sustentável para o emagrecimento se baseia em manter uma alimentação equilibrada e realizar atividade física frequente.
Esses medicamentos podem ajudar a reduzir o número de cirurgias bariátricas?
Dra. Marcela: Sim, há uma tendência crescente de que medicamentos como Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) reduzam a necessidade de cirurgias bariátricas em alguns perfis de pacientes. Essas medicações oferecem perdas de peso comparáveis às obtidas com procedimentos cirúrgicos em certos casos, especialmente com a tirzepatida. Estudos clínicos já demonstram:
•Redução de até 15% a 22% do peso corporal total com Mounjaro em doses elevadas;
•Reduções superiores a 10% com semaglutida (Ozempic/Wegovy).
Em pacientes com obesidade grau I ou II, sem comorbidades graves, o uso dos injetáveis pode evitar ou postergar a cirurgia. Em pacientes com medo, contraindicações ou recusa da bariátrica, essas medicações oferecem uma alternativa viável e menos invasiva. Em pacientes pré-bariátricos, também podem ser usadas para otimizar o risco cirúrgico, reduzindo o IMC antes do procedimento.
É importante ressaltar que nem todos os pacientes respondem da mesma forma. Há casos em que a cirurgia ainda é necessária e indicada, especialmente em obesidade grau III ou quando há falha terapêutica medicamentosa. O acompanhamento deve sempre ser individualizado, multidisciplinar e contínuo.
Experiência de quem já fez uso da medicação
Conversamos com uma fonte, que preferiu não se identificar e nesta será tratada apenas como L. F.
LF como você iniciou o uso dessa medicação?
Entrevistada: Iniciei o uso do Wegovy por indicação médica. Nos primeiros dias, experimentei alguns efeitos colaterais, como enjoo, mas com o tempo esses sintomas foram diminuindo. Diferentemente de outras medicações, com o Wegovy não senti dores de cabeça nem fraqueza. Além disso, o remédio reduziu significativamente minha fome, a vontade de comer e até mesmo o desejo por bebidas alcoólicas, o que contribuiu bastante para a perda de peso.
Qual o maior desafio durante o tratamento?
Entrevistada: No meu caso, o uso foi eficaz. No entanto, o maior desafio tem sido manter o peso alcançado sem o uso contínuo da medicação. Por se tratar de um medicamento caro, interrompi o uso temporariamente, mas pretendo retomar em breve para perder mais alguns quilos. Em um ano, utilizei duas canetas e eliminei, ao todo, 17 kg. Durante o período sem a medicação, mantive uma alimentação equilibrada e recorri ao uso de chás para auxiliar no controle do peso.
Sei de pessoas que não obtiveram os mesmos resultados com o Wegovy, possivelmente por utilizarem dosagens inadequadas. Por isso, reforço a importância do acompanhamento médico, para que a dose seja ajustada conforme as necessidades e características de cada organismo.
LF destaca que a primeira medicação que adquiriu foi o Ozempic, porém, como esse medicamento é destinado para o Diabetes, e na época estaca faltando pra quem sofria com o Diabetes. Dessa forma, a mesma empresa, Nova Nordisk produziu o Wegovy com a mesma fórmula mas com destino diferente. A entrevistada afirma que não gosta de salientar o resultado, sem valorizar o acompanhamento médico. “Pra mim deu certo, até certo ponto. Mas tem outros tratamentos, tratar o emocional, tem outras coisas para serem cuidadas. Mas, eu já tinha experimentado de tudo. Pra mim é a melhor das medicações que eu já encontrei e eu gosto. Não sei se serve pra todo mundo”.
Com acompanhamento psicológico, a entrevistada é muito consciente da importância de tratar todas as esferas da sua vida. “Mesmo sendo o jeito mais fácil de emagrecer, é muito difícil, só quem vive isso na pele sabe o quanto é difícil. Meu médico me ajudou a entender que meu organismo dificultava essa perda e manutenção do peso, não é eu que não tenho vontade. Já tinha feito tanta dieta, que facilmente ultrapassa os 100 quilos perdidos. Mas, o grande desafio pra mim, é a questão de manter o peso, que eu acho que é mais emocionaldo que corporal, sabe”.
A entrevistada relata a luta travada: “Eu faço uma dieta, perco 20, 30 quilos, mas ele volta sabe? Eu não tenho triglicerídeos altos, colesterol, porque a vida inteira eu me cuido. Porém, o meu peso sempre volta. Meu peso máximo foi 107 quilos. Ao longo da vida, já perdi muito mais que 100 quilos, hora perco 30, fico um tempo com esse peso. O mínimo que eu pesei foi 75, hoje estou com 89 quilos. Hoje ainda tenho uma jornada para perder, mas o mais difícil de tudo é manter. Por isso que eu gosto do remédio sabe, o Ozempic, se bem usado, ele tem uma função muito boa. Ele tira a ansiedade, tira essa fome, as vezes eu só tenho vontade de comer. Se eu estou feliz eu quero comer uma pizza, se eu estou triste eu acho que eu mereço uma pizza. Eu tenho uma origem gordinha eu não vou ser magra. Em setembro eu estava com 107 e hoje estou com 89 quilos. É um desafio muito difícil”.
O remédio por si só não irá fazer milagres e a longo prazo pode trazer perda de massa muscular e outros problemas de saúde. Por isso, salientamos mais uma vez, a importância da procura de uma equipe multidisciplinar para cuidar de sua saúde.