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O PREÇO DE SER UM BRASILEIRO


O peso dos impostos e a ausência justa de retorno, um retrato do Brasil em 2025

Por Lucas Villiger
07/06/2025 às 05h13 | Atualizada em 07/06/2025 - 08h20
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O amigo leitor sabe bem! A cada ano os brasileiros dedicam uma fatia significativa de seu tempo e esforço para pagar a alta carga tributária do país e neste ano propriamente dito, o cidadão trabalhou cerca de 149 dias apenas para pagar impostos. Os 149 dias de um ano de 365 dias correspondem a aproximadamente 40,8%, quase metade dos 12 meses do ano para pagar a conta pública. Esse dado alarmante evidencia o fardo financeiro que pesa sobre a população, especialmente sobre a classe média e os trabalhadores formais e a promessa em cada campanha eleitoral de que esse sacrifício coletivo seria revertido em qualidade de vida e serviços públicos eficientes está longe de se concretizar.

Apesar dessa elevada arrecadação que engorda os cofres do governo, o retorno em áreas essenciais como saúde, educação, transporte e segurança pública continua extremamente insatisfatório, deixando hospitais superlotados e sucateados, escolas com infraestrutura precária, transporte coletivo deficiente, estradas abandonadas ao tempo e elevados índices de criminalidade e insegurança, sinais de um sistema que falha em sua missão básica e constituinte de cuidar do cidadão. Por conta desse descaso, muitos brasileiros são obrigados a recorrer à rede privada para garantir serviços que deveriam ser plenamente assegurados pelo Estado, gerando um ciclo perverso de dupla tributação — paga-se imposto para ter do estado os serviços essenciais e, como não tem, paga-se de novo pelos mesmos serviços essenciais, só que vindo do prestador privado.

Sabemos também que essa distorção entre arrecadação e retorno está diretamente ligada à má gestão, corrupção e desperdício de recursos públicos. Casos frequentes de superfaturamento, obras inacabadas, desvios de verbas e uso político do orçamento são amplamente noticiados e indignam a sociedade. Os dados são alarmantes, o dinheiro público, que deveria ser sinônimo de investimento em bem-estar coletivo, é diluído em práticas ineficientes ou criminosas, aprofundando as desigualdades e deteriorando a confiança nas instituições. 

E essa é a nossa realidade meu caro amigo leitor, ser brasileiro custa caro e é profundamente incômoda essa condição da população que, apesar de ser obrigada a participar do processo eleitoral, dando legitimidade ao sistema político e a arcar pontualmente com pesados encargos tributários, não possui um mecanismo legal e eficaz para destituir gestores públicos incompetentes, corruptos ou que traem o interesse coletivo. Esse contraste entre deveres e direitos evidencia um enorme déficit democrático, onde o cidadão cumpre suas obrigações, mas é frequentemente refém de uma estrutura de poder que não lhe permite corrigir, de forma ágil e efetiva, as distorções da má gestão pública.


Fonte: LAERCIO GRIGOLLO - CONSULTORIA EMPRESARIAL




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