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Indústria catarinense teme impactos do "tarifaço" dos EUA e cobra ação do governo federal
Vice-presidente da FIESC alerta para efeitos em cascata da medida e pede negociação imediata.
“A gente está aguardando com muita ansiedade que o governo comece realmente a negociar para ver se conseguimos, pelo menos, reduzir essas tarifas ou ampliar o prazo para o início da taxação”, afirmou Álvaro.
A decisão dos Estados Unidos pode resultar em taxações significativas sobre produtos brasileiros, em especial os industrializados, e segundo Mendonça, isso já vem gerando efeitos colaterais. Algumas empresas do estado já optaram por conceder férias coletivas, mesmo em um cenário de produção aquecida até então.
“Isso é um mau sinal. As empresas estavam a todo vapor e, de repente, um baque desses. E não é por falta de planejamento, é reflexo direto das políticas públicas e da ausência de articulação internacional eficiente”, lamentou.
Prejuízo direto à economia catarinense
Santa Catarina tem nos Estados Unidos um de seus principais destinos de exportações, o que agrava a preocupação regional. O estado exporta volumes expressivos para o país norte-americano, principalmente no setor de equipamentos, máquinas e alimentos industrializados.
“Se essa tarifa continuar nos índices propostos, vai ficar bem difícil. Os Estados Unidos devem ser o primeiro destino das nossas exportações, e isso vai complicar muito a situação da indústria de Santa Catarina”, disse Mendonça.
Além do impacto direto nas indústrias exportadoras, o dirigente da FIESC alertou que outros setores também devem sentir os efeitos em cadeia, como o comércio, transporte e serviços. O cenário se agravaria ainda mais se a OTAN, como discutido nos bastidores internacionais, aplicar 100% de taxa sobre petróleo russo, afetando diretamente países que, como o Brasil, dependem das importações da Rússia.
Pedido de bom senso e menos “picuinhas”
Ao criticar a postura do governo federal, Mendonça pediu mais diplomacia e menos polarização nas relações exteriores.
“Não podemos competir com uma economia como a americana. É como um gorila contra um macaquinho sagui. Precisamos de bom senso e menos picuinhas políticas. Não se trata de mostrar força, mas de proteger nossa economia”, afirmou.
O vice-presidente ainda destacou que entidades industriais e empresários estão em diálogo com representantes americanos na tentativa de suavizar a medida.
“Algumas indústrias estão fazendo negociações diretas com empresas americanas para ver se o governo dos EUA flexibiliza. Estamos trabalhando todos os dias com reuniões, conversando com empresários daqui e de lá, porque os americanos também estão preocupados”, contou.
Otimismo com responsabilidade
Mesmo diante do cenário desafiador, Mendonça reforçou que a esperança ainda existe, mas depende da atuação imediata do governo federal.
“A gente é otimista. Mas é preciso que o governo faça a parte dele. Essa briga de vaidades precisa ficar longe do setor industrial. Senão, a cadeia toda sofre — e quem paga a conta no fim é o consumidor”, concluiu.
A FIESC, junto com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e outras entidades, segue acompanhando os desdobramentos e pressionando por uma resposta diplomática urgente. A expectativa do setor é que o Brasil consiga reverter ou ao menos atenuar as tarifas impostas, garantindo a competitividade da indústria catarinense no cenário internacional.
01 COMENTÁRIO
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Rodrigo Stain comentou em 23/07/2025 as 14:28:17
O mais inacreditável de tudo é ver que estão falando em negociar taxa menor ou aplicar taxação mais adiante e não se feito uma campanha para que o real causador disso tudo, que se diz patriota, acorde e peça ao cara lá dos EUA que pare com tudo isso e que deixe o Brasil seguir a vida e ele vai resolver os problemas dele aqui dentro, que é o que deveria ter feito desde o momento que não ganhou a eleição. Mas daí foi fugir, se esconder, falar muita coisa nas redes e daí a gente se lascando agora.
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