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ANEEL aprova reajuste de 13,53% na tarifa de energia da Celesc a partir de 22 de agosto


Alta é puxada por aumento de encargos setoriais; tarifa residencial segue abaixo da média nacional.

Por Rafael Martini
20/08/2025 às 05h33 | Atualizada em 20/08/2025 - 07h48
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, nesta terça-feira (19), o reajuste anual nas tarifas de energia elétrica da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). A partir do dia 22 de agosto de 2025, os consumidores da área de concessão da distribuidora terão um aumento médio de 13,53% nas contas de luz.
Segundo a agência, o principal fator para o reajuste foi a elevação dos encargos setoriais, que compõem a chamada Parcela A da fatura e não são gerenciados pela empresa.

Apesar do aumento, a tarifa residencial da Celesc permanece abaixo da média nacional e segue acompanhando a inflação oficial. Se desconsiderados os encargos que a distribuidora apenas repassa — como custos com geração, transmissão e tributos —, o reajuste real ficaria em 5,67%.



Reajuste varia por perfil de consumidor

O impacto do reajuste depende do tipo de cliente:

Consumidores residenciais (Grupo B): aumento de 12,3%
Pequenos comércios e área rural (baixa tensão - Grupo B): aumento de 12,41%
Grandes indústrias (alta tensão - Grupo A): aumento de 15,8%
Mais de 90% da base de clientes da Celesc está na categoria residencial.

Entenda a composição da conta de luz

A fatura de energia elétrica é dividida em duas parcelas:
Parcela A: representa cerca de 84% da conta. Nela estão os custos que a Celesc apenas arrecada e repassa, como geração, transmissão e encargos setoriais.
Parcela B: equivale a 16% da conta. É o valor que realmente fica com a Celesc para manutenção da rede, operação e investimentos.
Ou seja, de cada R$ 100 pagos na conta de luz, apenas R$ 15,80 ficam com a Celesc.



Principais causas do aumento em 2025

O principal responsável pela alta de 2025 foi o aumento de 36% no valor da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), em comparação a 2024. A CDE é um fundo federal que financia programas como:
Tarifa Social para famílias de baixa renda
Incentivos à energia renovável
Programa Luz para Todos
Subsídios para regiões isoladas
Descontos na transmissão de energia

Além disso, medidas provisórias do Governo Federal ampliaram os custos repassados via CDE:
A MP 1.232 expandiu os itens financiados pela conta
A MP 1.300 aumentou os benefícios da Tarifa Social
A MP 1.304 alterou o modelo de arrecadação da CDE, criando um teto, mas sem reduzir custos imediatos
Já a Parcela B, referente à operação da Celesc, teve impacto de apenas 1,04% no reajuste médio.



Comparativo com anos anteriores

O aumento anunciado para 2025 é significativamente superior ao dos anos anteriores:
2023:
Indústrias: -0,81%
Residências: +3,64% (inflação: 3,99%)
2024:
Indústrias: +0,75%
Baixa tensão (residências, comércios e zona rural): +4,19% (inflação: 4,5%)
Dessa forma, o reajuste médio de 13,53% em 2025 é explicado quase que exclusivamente por fatores externos à Celesc, principalmente o aumento dos encargos setoriais obrigatórios definidos em âmbito federal.



Tarifa segue abaixo da média nacional

Apesar da alta, a tarifa da Celesc continua abaixo da média nacional para consumidores residenciais e segue dentro dos índices inflacionários acumulados nos últimos quatro anos, mesmo com a pressão dos custos regulatórios.

Para os consumidores, o momento exige atenção ao consumo e, se possível, adoção de medidas de eficiência energética para mitigar os impactos do aumento nas contas a partir de setembro.


Fonte: Com informações da CELESC




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