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GOLPE OU TRAPAÇA
Quando pagar virou opcional, o calote se transforma em moeda nas relações.
Hoje, comprar e não pagar a conta virou quase um estilo de vida. A velha honra de cumprir com as próprias obrigações ficou perdida entre carnês empoeirados e lembranças de um tempo em que dar calote ainda envergonhava. Agora, o que se vê é gente ostentando em dívidas como se fosse uma atitude normal, incorporada no dia a dia, tratando boleto vencido como se fosse mero detalhe. Diante disso meu amigo, a pergunta é simples, se já chegamos a esse ponto, o que nos espera no futuro?
Se nem a palavra e nem o papel garantem juridicamente adimplência, as relações comerciais vão se transformar cada vez mais em arenas de desconfiança, onde o crédito, que já é um privilégio disfarçado de direito, ficará ainda mais seletivo. Vender a prazo vai ser como emprestar o carro para um adolescente sem carteira, muito arriscado, muito improvável e com muita chance de terminar no prejuízo. Como resultado dessa tendência teremos juros ainda mais altos, burocracia sufocante e um mercado em que só quem prova ser um santo pagador terá algum benefício.
Nesse cenário, o comércio deixará de ser uma relação de troca para se tornar uma guerra fria em que o cliente vira suspeito antes mesmo de assinar o contrato, e a empresa, acuada, ergue barreiras que afastam até os bons pagadores. O prazer de comprar será substituído pelo peso da desconfiança, afinal, quem ainda paga em dia será tratado como exceção, quase como um bicho raro e em extinção.
O mais trágico, amigo leitor, é que tudo está se tornando normal, a sociedade começa a aceitar o golpe ou a trapaça como parte de um comportamento sem muito questionar, mas convém lembrar que se todo mundo resolver tratar essas coisas como enfeite, a anarquia vai predominar nas relações e o futuro das relações comerciais, nesse ritmo, não será de progresso, mas de um grande teatro onde todos fingem compromisso ao comprar, todos fingem intenção de pagar, mas bem poucos pagam. A maior preocupação não é a inadimplência por dificuldades financeiras, mas sim o número cada vez maior de pessoas que compram e simplesmente não pagam, mas não porque não podem e sim porque decidem não pagar.
Fonte: LAERCIO GRIGOLLO CONSULTORIA EMPRESARIAL
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