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Ibama apreende mais de 170 animais silvestres vítimas de maus-tratos em criadouro comercial
Empreendimento funcionava ilegalmente mesmo após embargo judicial.
O local, que possuía autorização anterior para criação e comércio de aves e macacos-prego, inclusive espécies ameaçadas como o papagaio-de-peito-roxo, estava sob embargo do Ibama desde 2011. No entanto, o funcionamento irregular do empreendimento se manteve até 2024 por meio de liminares judiciais. No ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou essas decisões e determinou a interrupção definitiva das atividades, o que não foi respeitado pelo responsável.
COMÉRCIO ILEGAL E REDES SOCIAIS
Apesar da decisão do STJ, o criadouro continuava anunciando abertamente a venda dos animais em redes sociais, muitos deles comercializados de forma clandestina. Segundo o Ibama, o responsável vendia primatas sem autorização, com preços que variavam entre R$ 4 mil e R$ 120 mil, dependendo da espécie e da idade dos animais.
Anúncios com filhotes de macacos usando fraldas e mamadeiras tornaram-se populares nas redes e foram amplamente compartilhados por influenciadores digitais e celebridades, contribuindo para a glamourização da posse de animais silvestres como pets. De acordo com o Ibama, diversos primatas hoje exibidos em perfis de influenciadores digitais têm origem nesse criadouro.
MAUS-TRATOS E CENAS CHOCANTES
Durante a vistoria, os agentes encontraram macacos mantidos em gaiolas a céu aberto, sem acesso a água, alimento ou qualquer forma de aquecimento, mesmo em dias de baixas temperaturas. Filhotes foram encontrados separados das mães, e outros animais adultos viviam em recintos minúsculos e sem estrutura mínima de bem-estar.
O responsável pelo criadouro — já autuado anteriormente por maus-tratos — foi novamente multado pelo Ibama. Mesmo com o embargo em vigor, ele havia promovido recentemente a reprodução irregular de pelo menos dez macacos-prego, com objetivo comercial.
IMPACTO NO TRÁFICO DE ANIMAIS
O Ibama alerta que, embora o comércio de animais silvestres seja possível em situações específicas e altamente reguladas, a banalização da posse de primatas em redes sociais estimula o tráfico de fauna, uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira.
"Ao serem exibidos como animais de estimação, como se fossem cães ou gatos, esses primatas despertam em outras pessoas o desejo de tê-los em casa, o que acaba alimentando um mercado ilegal e cruel", afirmou o Ibama em nota.
DESTINO DOS ANIMAIS
Os 174 animais apreendidos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passam por avaliação veterinária e processos de reabilitação e reintegração ao habitat natural. Animais de espécies ameaçadas, como o papagaio-de-peito-roxo, devem ser direcionados a programas específicos de recuperação e conservação.
POSSE ILEGAL É CRIME
A posse e o comércio ilegal de animais silvestres são crimes ambientais no Brasil. A legislação prevê multas, apreensão dos animais e sanções penais aos responsáveis.
O Ibama reforça a importância da denúncia anônima em casos de suspeita de tráfico ou maus-tratos. A população pode colaborar por meio da Linha Verde do Ibama (0800 61 8080) ou pelas plataformas digitais do órgão.
Fonte: Com informações do G1/SC
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